Lucas Bittencourt
Ela passa o dia com você. Está nas roupas que veste, no corte de cabelo que usa e até nas gírias que fala. E, mesmo assim, você sequer as percebe. Ela se importa? Claro que não. Aliás, quanto menos você a repara mais ela irá mandar nas suas escolhas. O caro leitor já parou pra pensar em quantas vezes no dia toma uma decisão por conta do que viu na TV, ouviu no Rádio ou até leu em um folheto colado no poste mais próximo? Pois fique sabendo que, em todas estas escolhas, você foi influenciado pela cultura da mídia. E não adianta esbravejar em protesto: você sempre se relacionará com ela. A menos, é claro, que decida largar tudo e adotar costumes eremíticos, mas até assim ela conseguiu lhe influenciar.
Já que, então, não pode fugir dela, não seria melhor entender como a cultura da mídia funciona? Agora é sempre uma boa hora pra começar! Se você está aí, de bobeira, e de repente pretende ser uma celebridade midiática, é bom estar atento a essa dica. Guarde bem este papel. Aqui vai a chave para abrir os portões do sucesso que muitos já conquistaram. Não custa dinheiro, no máximo tempo. E está muito longe do que talvez você está imaginando. Essa chave nada mais é que o comportamento. Sim, sim! Só esta palavra mesmo. A Cultura da Mídia dita e é ditada pelo C-O-M-P-O-R-T-A-M-E-N-T-O.
De Coca-Cola à Madonna, marcas e estilos permanecem vivos durante gerações justamente porque perceberam que esse tal de comportamento evolui e se altera durante os passar dos anos. Não fosse assim, pararíamos no tempo e ainda estaríamos munidos de fraudas como vestuário e chupetas como acessórios. Mas cada pessoa evolui, passa a ter novas necessidades e passa a integrar grupos que, constantemente, precisam se adequar às regras de nossas cruéis selvas de pedra globalizadas.
Cito como exemplo os telejornais. Após anos de um tom mais formal e padronizado, eles vêm se adaptando a uma linguagem mais próxima de seus telespectadores, que tiveram suas preferências e comportamentos alterados pela interatividade da internet. Na música essa que é talvez a mais democrática forma de expressão humana, pudemos ver uma minoria, com gosto alternativo à cultura de massa, movendo decisões políticas que ajudaram a levar um obsoleto Centro Cultural a ser reaberto. Nas telonas, os filmes nacionais mostram que, além de entreter, podem conscientizar, trazendo a todos uma realidade que poucos poderiam conhecer de outra forma.
E se é pra falar de realidade, o que dizer dos jornais no período de regime militar? Driblaram a censura por mais de uma vez e mostraram que a cultura da mídia é feita, também, por vontade própria e não por abrupta imposição. A imprensa ajudou a mostrar que a característica midiática fundamental é jamais se silenciar ...
É aí que se entende todo o organismo dessa mídia. E, se notar bem, poderá ver que células chamadas 'você' constituem esse sistema. Pois a cultura mídiática é, ao mesmo tempo, de todos e de ninguém. Única e cheia de multiplicidades. Singular e plural. Não se cala. Se adapta. Conscientiza e até faz minorias terem voz. Muitos sabem disso e fizeram desse conhecimento uma ferramenta. Quanto a você ... É o seu conhecimento sobre ela que poderá decidir em qual lugar ficará nessa engrenagem toda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário